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terça-feira, 1 de julho de 2014

A CASA GRANDE



...mas eu queria ter nascido numa dessas casas de meia-água
com o telhado descendo logo após as fachadas
só de porta e janela
e que tinham, no século, o carinhoso apelido
de cachorros sentados.
Porém nasci em um solar de leões.
(...escadarias, corredores, sótãos, porões, tudo isso...)
Não pude ser um menino da rua...
Aliás, a casa me assustava mais do que o mundo, lá fora.
A casa era maior do que o mundo!
E até hoje 
-mesmo depois que destruíram a casa grande –
até hoje eu vivo explorando os seus esconderijos... 


Mário Quintana
In: Esconderijos do Tempo

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