Juro que não tenho o mínimo preconceito de cor.
O que há comigo é que acho umas chatas as mulheres
azul-celeste. Piores até que as furta-cor.
Por que não experimentam o cultivo de mulheres brancas e
pretas, que dizem ter sido as peles primitivas nos
tempos bárbaros?
Fascina-me o contraste absoluto entre ambas.
E se tivesse que escolher entre uma branca e uma
preta, não sei o que faria...
Abri-me a esse respeito com meu velho e sábio amigo
dr Gregorovirus. Ele pôs-se a discorrer sobre
soluções dialéticas, sobre certa mescla de café
com leite... Não sei o que é dialética, não sei o
que é café, não sei o que é leite. Por que raios
esses técnicos não se expressam em língua de gente?
Quando eu ia pedir-lhe mais explicações, ele, com
um leve dar de ombros, ergueu-se nos ares, e
quando já estava a uns dois metros de altura gritou-me:
- Vou tratar do caso, vou tratar (ele tem a mania de
repetir as palavras) A sua única salvação meu pobre
amigo é a mulata. A mulata!
Fiquei nas mesmas.
Mario Quintana
in: Da Preguiça como Método de Trabalho.
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