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domingo, 22 de junho de 2014

DE UM DIÁRIO ÍNTIMO DO SÉCULO XXX



Juro que não tenho o mínimo preconceito de cor.
O que há comigo é que acho umas chatas as mulheres
azul-celeste. Piores até que as furta-cor.

Por que não experimentam o cultivo de mulheres brancas e 
pretas, que dizem ter sido as peles primitivas nos
tempos bárbaros?

Fascina-me o contraste absoluto entre ambas.
E se tivesse que escolher entre uma branca e uma
preta, não sei o que faria...

Abri-me a esse respeito com meu velho e sábio amigo
dr Gregorovirus. Ele pôs-se a discorrer sobre 
soluções dialéticas, sobre certa mescla de café 
com leite... Não sei o que é dialética, não sei o
que é café, não sei o que é leite. Por que raios
esses técnicos não se expressam em língua de gente?

Quando eu ia pedir-lhe mais explicações, ele, com
um leve dar de ombros, ergueu-se nos ares, e
quando já estava a uns dois metros de altura gritou-me:

- Vou tratar do caso, vou tratar (ele tem a mania de
 repetir as palavras) A sua única salvação meu pobre 
amigo é a mulata. A mulata!

Fiquei nas mesmas.


Mario Quintana
in: Da Preguiça como Método de Trabalho.

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