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quinta-feira, 6 de março de 2014
NOTURNO
Não sei por que, sorri de repente
E um gosto de estrela me veio na boca...
Eu penso em ti, em Deus, nas voltas inumeráveis
que fazem os caminhos...
Em Deus, em ti, de novo...
Tua ternura tão simples...
Eu queria, não sei por que, sair correndo descalço
pela noite imensa
E o vento da madrugada me encontraria morto
junto de um arroio,
Com os cabelos e a fronte mergulhados na água
límpida...
Mergulhados na água límpida, cantante e fresca
de um arroio!
Mário Quintana
in O Aprendiz de Feiticeiro
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