Seja bem-vindo. Hoje é

sexta-feira, 28 de março de 2014

CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO




Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha Poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...

E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.


Mario Quintana,
in  Antologia Poética








Nenhum comentário:

Postar um comentário