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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

BOLA DE CRISTAL



A praça, o coreto, o quiosque,
as primeiras leituras, os primeiros
versos
e aquelas paixões sem fim...
Todo um mundo submerso,
com suas vozes, seus passos, seus silêncios
Deixo-te, pobre menino, aí sozinho...
Que bom que nunca me viste
como te estou vendo agora
— e é melhor que seja assim...
Deixo-te
com os teus sonhos de outrora, os teus livros queridos
e aquelas paixões sem fim!
e a praça... o coreto... o quiosque
onde compravas revistas...
Sonha, menino triste...
Sonha...
— só o teu sonho é que existe. 
MARIO QUINTANA
In A cor do invisível, 1989

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