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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

XXII



Vontade de escrever quatorze versos... 
Pobre do Poeta!... É só pra disfarçar... 
Andam por tudo signos diversos 
Impossíveis da gente decifrar. 

Quem sabe lá que estranhos universos 
Que navios começaram a afundar... 
Olha! os meus dedos, no nevoeiro imersos, 
Diluíram-se... Escusado navegar! 

Barca perdida que não sabe o porto, 
Carregada de cântaros vazios... 
Oh! dá-me a tua mão, Amigo Morto! 

Que procuravas, solitário e triste? 
Vamos andando entre os nevoeiros frios... 
Vamos andando... Nada mais existe!... 


 MARIO QUINTANA 
In A Rua dos Cataventos, 1940 

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