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domingo, 10 de novembro de 2013

OS ETERNOS DEUSES


Os deuses não sabem apanhar o momento esvoaçante
como quem aprisiona um besouro na mão,
não sabem o contacto delicioso, inquietante
de que – só uma vez! - os dedos reterão...
Em sua pobre eternidade, os deuses
desconhecem o preço único do instante...
e esse despertar, ainda palpitante,
de quem cortasse em meio um sonho vão.
No entanto a vida não é um sonho...Não:
aberta numa flor ou na polpa de um fruto,
a vida aí está eterna: nossa mão
é que dispõe apenas de um minuto.
E todos os encontros são adeuses...
(Como riem, meu pobre amor...Como riem, de nós,
esses eternos deuses!)



Mario Quintana
in: Baú de espantos.


















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