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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

XXXIV



Lá onde a luz do último lampião
Uns tristes charcos alumia embalde,
Moram, numa infinita solidão,
As estrelinhas quietas do arrabalde...

Na cidade, quem é que atenta nelas,
Na sua história anônima, escondida?
São menininhas pobres às janelas,
Olhando inutilmente para a vida...

Quando ao Centro descemos à noitinha,
Penso às vezes o quanto essas meninas
No seu desejo triste hão de sofrer

Ao ver os bondes que, do fim da linha,
Partem, iluminados como vitrinas,
Para a doida Cidade do Prazer!...


Mario Quintana,
in A Rua dos Cataventos




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